PLANETA DOS MACACOS: A GUERRA (WAR FOR THE PLANET OF APES, 2017, MATT REEVES)
Planeta dos Macacos: A
Guerra marca o fim de uma das mais consistentes trilogias de filmes assim como
Senhor dos Anéis ou outros filmes que seguem narrativas consistentes em qualidade. Esse filme com certeza
consolida a nova trilogia de Planeta dos Macacos como uma das melhores
trilogias do cinema pra mim. Tirando o segundo filme que alcança um status de obra-prima os outros dois nunca alcançarem uma grandeza que chegue perto da perfeição mas mesmo
assim eles ainda são filmes muito bons e com vários pontos positivos. Esse terceiro filme por exemplo pode não ser perfeito, mas ainda é um encerramento acima da média pra franquia. Claro que ele tem falhas, eu não gostei
muito da forma que eles introduzem elementos da franquia original, eu não me
importei com a forma meio “Alien 3” que eles lidam com uma certos dois personagens
no começo do filme, eu achei a iluminação do filme um pouco fora de lugar ás vezes,
eu acho que o vilão do Woody Harrelson poderia ter sido ter sido mais bem
utilizado pelo filme apesar dele ser bom, o filme faz referências á Ben-Hur e
Os Dez Mandamentos, mas eu não entendi á necessidade do filme seguir a linha
meio Dez Mandamentos com o Caesar no papel do Moisés, e eu também senti que as
decisões finais do filme na questões sobre os humanos ficaram bem confusas.
Dito isso, o CGI e a computação gráfica do filme mais uma vez é incrível,
embora a iluminação não tenha sido perfeita alguns dos enquadramentos que o
Matt Reeves são muito impressionantes e a direção dele é excelente, assim como
a trilha de Michael Giacchino em um dos melhores trabalhos da sua carreira, ou
talvez no melhor até, além de o filme ter vários acertos ao ser muito relevante
politicamente e fazer várias criticas e comentários sociais sobre o EUA e o
mundo no seu roteiro conseguindo falar da cultura de guerra, de holocausto, da
cultura escravocrata e até fazendo criticas bem perceptíveis ao governo Trump e
ao próprio Trump na forma do seu vilão, mas o mais impressionante no filme é o
tempo em que ele investe e todo o desenvolvimento emocional que ele dá para a
jornada pessoal de Caesar e como isso funciona perfeitamente. Sobre o elenco, a
atuação de Woody Harrelson é muito boa, mas ela acaba não se destacando tanto
pela forma que o filme. Eu sinto que ele é um pouco desperdiçado. Na verdade o
filme vai construindo a sua presença de forma excelente, e a ideia que ele é
algum tipo de líder que alcançou o estado de semideus é estabelecida só que
pouco utilizada. E no final o personagem sofre mudanças que me soaram estranhas
e rápidas demais, deixando de ser a referencia do Coronel Killgore ou o Kurtz
de Apocalypse Now como achávamos no começo. Eu acho que o seu vilão nunca chega
á todo o potencial que ele tem por mais que Woody Harrelson brilhe sempre que
tem uma chance no filme, na verdade, resumindo eu senti que o Woody Harrelson
queria ir mais longe do que é permitido que o seu personagem vá, mas mesmo
assim ele aproveita ao máximo os momentos que ele tem. O subestimado Steve Zahn
está muito bem e é uma fonte de alivio muito bem–vinda para o filme conseguindo
mostrar também a tragédia por trás do humor que o seu personagem provoca. Karin
Konoval mais uma vez oferece um retrato digno e que faz jus ao seu papel e
nesse filme ainda consegue ir além disso, referenciando e sintetizando os
filmes anteriores de maneira bastante emocionante. Eu senti que tinha algo
faltando no que diz á respeito a trama que envolveu a personagem de Amiah
Miller e a grande revelação sobre ela, que eu senti que foi uma solução de
roteiro muito fácil e jogada. Mas mesmo assim eu gostei dela, embora
tecnicamente por razões que conflitam um pouco com o que eu falei do elemento
que envolve ela. Agora voltando á falar de perfeição, o maior destaque do
elenco e do filme mesmo eu diria que é sem duvidas o Andy Serkis, ele
simplesmente sintetiza e eleva as suas atuações dos filmes anteriores da
franquia e nesse filme é genial em mostrar a batalha interna que Caesar luta
contra os seus próprios demônios e contra ele mesmo. É uma atuação sensacional
e um dos melhores trabalhos da carreira já espetacular de Serkis por isso um reconhecimento
seria mais do que justo com uma indicação.
NOTA: 8.5
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