BATALHA DOS SEXOS (BATTLE OF SEXES, JONATHAN DAYTON e VALERIE FARIS, 2017)

Batalha dos Sexos é um filme extremamente divertido e eficaz mesmo sendo pra ser sincero apenas um “filme do underdog que supera as dificuldades que são colocadas no seu caminho e vence elas” além de ter uma grande tese nele embutida por trás, o filme jamais aparenta ficar sem foco ou então perder ele inserindo elementos adicionais nas vidas pessoais de Billie Jean King (Emma Stone) e Bobby Riggs (Steve Carell) assim como toda a luta dela pela igualdade salaria e o seu combate ao machismo e ao sexismo tendo que lidar com uma sociedade homofóbica também, todas essas tramas são naturalmente mescladas para se construir toda a narrativa do filme. Se apoiando também em duas belas atuações da sua dupla de protagonistas, enquanto Steve Carell faz o seu melhor e está ótimo no papel, Emma Stone está simplesmente fantástico na sua primeira incursão por uma intepretação mais corporal apesar de que por assim dizer ser bem sutil nesse sentindo mas se destaca ao capturar a maneira física e os maneiros mais notáveis de Billie o que faz com que ela pareça inteiramente natural na sua atuação. Um dos grandes ganhos pra isso é claro vem do fato de Emma ser instantemente carismática e encantadora, mas ela tempera isso de forma adequada ao criar essa atleta que é uma estrela, mas não propriamente um mar de desenvoltura ao lidar com as consequências da fama. Emma traz a sua energia típica para esse papel o que é ótimo e se destaca particularmente nos momentos mais cômicos porque novamente ela não soa como exagerada ou como uma caricatura, ela faz com que esses momentos pareçam dar mais substancia para a sua surpresa e só tornem ela mais rica, mesmo que esses momentos aconteçam muitos nas suas interações com Steve Carell. Apesar disso Emma é fantástica em oferecer um senso de paixão ardente para a sua personagem que soa extremamente real oferecendo o peso dramático necessário para a sua luta, contra toda a falta de ética ou os preconceitos aparentemente de forma “leve” carregados por Bobby. Emma particularmente brilha em suas cenas com Bill Pullman. Emma de novo nunca transforma Billy em apenas um mártir ou uma figura sem humanidade e nas suas cenas de vida pessoal ela é extremamente eficaz em mostrar as descobertas de Bilie e como ela se sente sobre elas, misturando tudo isso com certa insegurança, mas também com sentimentos contraditórios ao lidar com o seu marido. Emma Stone encontra toda essa complexidade em uma espécie de construção de personagem simplesmente maravilhosa que faz essa uma interpretação de uma estrela sobre uma estrela se torne tão fascinante, mas também é um retrato profundo de uma mulher forte, admirável e de todas as suas complexidades e vivencias. Já no elenco coadjuvante, Austin Stowell faz uma interpretação surpreendente de tão boa que ela é. Apesar do seu relativamente pouco tempo de tela Austin faz um uso tão forte dele para retratar de forma tão efetiva o relacionamento complexo que seu personagem tem com Billie. Ele coloca um calor humano tão forte nisso mostrando o amor dele como algo absolutamente genuíno. Enquanto Billie explorando a sua sexualidade e faz descobertas sobre o seu gênero Austin por outro lado é incrivelmente comovente em mostrar o seu coração partido ao confrontar a realidade e não pesa a mão nesses momentos fugindo de fazer o seu personagem alguém antipático ou vilanizado, em vez disso ele coloca substancia nesse papel fazendo que Larry seja muito mais que “o outro cara”. Sarah Silverman e Bill Pullman também estão muito bem, ela faz um trabalho bem impressionante em apresentar certo tipo de astucia no seu método, com um pouco mais de frieza do que é mostrada na paixão puramente genuína que existe na atuação de Emma Stone. Sarah não faz com quem os objetivos da sua personagem pareçam falsos e nem faz com que ela pareça falsa, mas consegue muito bem mostrar a mente do negocio em cada momento. Já Bill Pullman é um vilão muito bom aqui também, realmente fazendo uma grande composição em mostrar esse vilão caricato e asqueroso fazendo um grande efeito em tela seja pelo seu sorriso cínico que sugere um complexo de superioridade completamente desprezível. E Elisabeth Shue é uma dessas atrizes que são sempre prazerosas de serem vistas pra ser sincero, e ela usa o pouco tempo de tela que tem ao seu favor como vantagem. Apesar dela estar nos filmes mais pelo momentos de humor o que ela fez bem, ela consegue balancear esses momentos bem criando uma química real mas bem difícil e complexa com Steve Carell. Andrea Riseborough é boa em criar uma química palpável com Emma Stone, mas acho que ela consegue criar alguma conexão emocional real na sua personagem, apesar de atender ao seu proposito. Enquanto Alan Cumming quase cai no exagero da caricatura, o que acaba que ele não é a presença mais dinâmica do mundo, mas o seu estilo extravagante aqui certamente funciona para o seu papel. O filme não é uma obra–prima de jeito nenhum e nem fala sobre qualquer um desses assuntos da forma mais espetacular possível no entanto ele realmente aprofunda, entende e desenvolve os seus dois personagens principais assim como consegue dar sim alguma substancia aos personagens coadjuvantes do outro lado, e embora os diretores ocasionalmente pesem mais a mão que deveriam e pelo fato de serem excessivamente diretos aos pontos, na maioria das vezes eles criam um filme bem–humorado, interessante e emocionante particularmente no seu clímax, que é o seu ponto alto.

NOTA: 8

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