ANIMAIS NOTURNOS (NOCTURNAL ANIMALS, TOM FORD, 2016)

Por onde começar á falar sobre esse filme. Bem Tom Ford tem uma estética visual interessante, esse também foi o caso do filme Direito de Amar, mas eu não me importo com o Direito de Amar, e no final das contas eu não me importo com esse filme também. O filme tem duas histórias. Eu tenho que admitir que o lado da história que é um thriller policial é o melhor lado, e eu digo melhor porque ele foi o único lado que eu encontrei envolvente no mínimo. Isso não quer dizer que esse filme é um exemplo particularmente notável desse gênero, muito pelo contrário, ele segue um estilo muito padrão, basicamente um thriller B que você pode encontrar nos anos 50 só que esse filme é um pouco mais explícito, mais atraente visualmente, e é elevado por duas atuações de dois atores coadjuvantes que roubam a cena: uma já esperada de Michael Shannon e uma surpreendente de Aaron Taylor-Johnson, os dois são as melhores coisas do filme. Por outro lado, as atuações de Jake Gyllenhaal e Amy Adams não me impressionaram e não acho que eles mereçam qualquer tipo de prêmio ou indicação por esse filme, apesar deles serem ótimos atores. Amy Adams é a que mais sofre na minha opinião porque ela é vítima de uma pessoa que é usada pelo diretor como só mais um utensilio estético do que uma pessoa real. Ás vezes parece que o diretor trata a personagem de Amy Adams mais como uma peça de rua ou uma decoração de set do que como uma personagem que vai ser interpretada e isso prejudica muito a atuação de Amy Adams, que acaba ficando muito ábaixo da média. Gyllenhall é razoavelmente eficaz no lado de suspense da história ao retratar a dor emocional do seu personagem, embora eu ache que ele acaba indo longe demais no colapso final do seu personagem e exagerado, e durante o filme inteiro ele é extremamente ofuscado por Taylor-Johnson e Shannon. Na outra metade do filme eu senti que ele apenas se insere ao resto do universo e personagens. Ele não entra em um território problemático como alguns outros atores do filme, mas ele nunca se engaja da maneira que ele precisaria e a sua atuação nunca se encontra. Outros atores como Laura Linney, Michael Sheen e até Armie Hammer, que são bons atores normalmente, não acrescentam nada aos seus papéis, estão péssimos e tentam usar um estilo de novo de David Lynch nas atuações, mas elas não funcionam. De novo, essas atuações ruins são mais culpa da direção de Ford do que dos atores em si. Sheen e Linney são o pior caso, ela então faz uma extrema caricatura que não é nem engraçada e nem parece genuína em nenhuma segundo da sua atuação. A única pessoa que parece captar e executar bem a ideia do que as atuações dessa parte do filme devem ser é Jena Malone, mas ela só está no filme por cerca de 30 segundos e é desperdiçada.

A outra parte do filme eu acho que é algo que parecia maior no seu contexto. Só que o que realmente acontence na execução do filme é quase ridículo ás vezes, por exemplo os vários momentos que você precisa ver Amy Adams tirando os seus óculos pra deixa claro o quanto o conteúdo emocional do livro está mexendo com ela. É o tipo de filme que só quer que você interprete tão mal, além de contar a história de uma mulher superficial que acaba vivendo uma vida superficial por causa de seus erros devido á sua própria superficialidade que ela demostra o filme todo, e tudo ao redor dela acaba sendo superficial também. Uma história como essa talvez já tenha sido feita antes, mas a execução muitas vezes é o que importa mais. E a execução nesse caso oferece muito pouco, porque Ford não consegue atravesssar e superar toda a sua superfície maravilhosa e brilhante para encontra qualquer coisa verdadeiramente emocionante e real nesse filme. Apesar disso, ele coloca algumas imagens de jump scare no filme que parecem ter a intenção de chocar o espectador e que parecem ser pra mais pra assustar só que elas teriam um efeito maior em qualquer filme de terror z ou pelo menos podem ser encontrados lá, ou a abertura do filme que parece tirada diretamente da entrada de Bobby Peru em Coração Selvagem (o filme inclusive usa David Lynch como uma clara referência e ás vezes até lembra uma cópia, se bem que isso não é um defeito e se for pra copiar alguém que se copie os melhores mesmo). Toda a estética e os choques só servem para tentar esconder um pouco um filme que é tão raso como os seus protagonistas.

Comentários

  1. Muito bom filme, adorei o trabalho do tudo o elenco. Adoro muito o trabalho de Amy Adams, ela é grande atriz. Eu quería assistir A chegada por ela, esta impecável no filme. Ela sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Seguramente o êxito deste filme deve-se a participação dela no filme. Além, acho que a sua participação neste filme de ficção cientifica, realmente ajudou ao desenvolvimento da história.

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